Fuscachambó - 7agosto2000
Aprender a dirigir hoje em dia é tão necessário quanto saber ler e escrever. O difícil é aprender essas coisas quanto já se fica velho, quando a mente começa a ficar meio enferrujada, a preguiça bate nas costas e a matreirice toma conta do espírito.
Mas isso não é genérico, naturalmente. Alguns remam contra a maré e conseguem chegar na praia. Foi assim com o Fusca Bala. A buzina era um berro e o freio um toco.
Comprou um Fusca sem saber dirigir. Entrou na auto-escola mas hoje em dia está mais fácil fazer Medicina do que tirar carta de motorista. O que antes era fácil - muita gente aqui na cidade comprou até carta por telefone - tornou-se um martírio. O motorista tem até que aprender sobre o funcionamento do motor.
Lá vai nosso protagonista fazer as primeiras aulas teóricas. Decorar a sinalização foi como aprender a tabuada novamente. Aula vai, aula vem, mandam ele voltar à noite para conhecer o motor.
Vou mas demora, pensou consigo.
O Fusca Bala diz que se pegar no volante ele sai dirigindo. Ninguém duvida. Ninguém duvida também as presepadas que ele vai fazer no trânsito e quantos meio-fio ele vai passar por cima. Talvez ele preferisse continuar andando a pé.
O sujeito nem de bicicleta aprendeu a andar. Ele explica porque:
- Lá no sítio, no Barreirão, só tinha cavalo.